Existe claramente uma
interface entre a Psicologia Humanista e Religião. A Psicologia Humanista
encontra-se voltada para a valorização do homem como senhor pleno e absoluto de
si mesmo. Nesta concepção o homem é um sujeito consciente e capaz de se auto realizar
através da compreensão de seu eu profundo e de suas potencialidades. Um ser que
caminha sempre em busca de desenvolvimento por encontrar-se dotado de
capacidades ilimitadas de crescimento. Essas afirmações foram percebidas
através da abordagem psicoterapeuta de Maslow e Rogers, sendo que, com Maslow
particularmente, em seus trabalhos publicados com Rogers no atendimento
clínico.
A Religião, por sua vez,
prioriza a consciência como fator de responsabilidade moral do homem probo,
sujeito honesto, íntegro e correto, que respeita as leis divinas e o próximo.
Segundo Eliade, uma crença religiosa também é sentida como algo sagrado capaz
de curar e aliviar as dores e culpas, que eleva o ser ao transcendental, que o
liberta do profano. Esta demanda persegue o homem desde suas origens primárias
no mundo.
A Psicologia Humanista
ainda aponta para uma capacidade de transcendência, posto que o homem auto
realizado seria um ser dotado de capacidade de ir em busca de ideias superiores
como o amor, a esperança, a felicidade e a generosidade, fatores que comungam
de pleno acordo com a religião, que também deseja aflorar essas capacidades
maiores no ser humano além de vê-lo espiritualizar se, ter gratidão e respeito
ao próximo.
Outro detalhe em comum é
que a Psicologia humanista e a Religião percebem a necessidade de mecanismos de
correção no percurso do ser humano. A Psicologia Humanista quando afirma que o
sujeito é saudável, mesmo não estando em posição de auto realizado o tempo
todo, sendo o mesmo consciente e sensível à percepção de contrários durante a
sua existência e ainda assim capacitado a seguir adiante superando os
obstáculos da vida. Neste ponto a religião indicaria de certa forma a mesma
direção de enfrentamento das adversidades, ter fé em Deus e fazer uma resinificação,
como se diria em Psicologia utilizando-se da resiliência.
Referências:
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. Tradução Rogério
Fernandes. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1992.
GOTO, Tommy Akira e
GIANASTACIO, Vanderlei. A Transcendência
Divina na Vivência do Homem: Perspectiva da Psicologia
Humanista-Existencial.
Disponível em:
HTTPS://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio03/a-transcendencia-divina-na-vivencia-do-homem-perspectiva-da-psicologia-humanista-existencial.
Acessado em 26/04/2014, 20h00minh.
KAHHALE, Edna; M. Peters
(Org.). A Diversidade da Psicologia:
Uma construção teórica. São Paulo: Cortez 2002.
SCHULTS, Duane P.; SCHULTS, Sidney Ellen. História da
Psicologia Moderna. São Paulo, Ed. CENGAGE, 2013.
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